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sábado, 20 de junho de 2009


PINTURA

Da arte chinesa, talvez a manifestação mais típica, original, e que obteve amplo desenvolvimento em sua expansão e contaminação pelo Irão, índia, Coréia, Japão, tenha sido a Pintura. E semelhante influência se manifestou tanto na técnica como no material. Por outro lado, com a evolução dos meios pictográficos, ideogrâmicos e da miniatura, foram também assimilados por quase todos os povos da Ásia Antiga. Assim, o substrato, tanto de algodão, de sêda crua e, por fim, de papel feito de fibras vegetais, em maior dose de bambu (preparado com cola de alúmen), era o que oferecia maior duração.

Portanto, com intuito meramente didático, seria possível aceitar-se um códex que melhor estabelecesse aquêle programa. Teremos, portanto, que admitir uma pauta expositiva. Atenderá à época, à dinastia e às qualidades evolutivas das modalidades picturais. Virá desde dois milênios antes de Cristo, até 1900, com TCHÉu-NAN-P'ING, que foi o fundador da moderna escola de pintura do Japão.

Estabeleçamos por êste caminho, as seguintes estâncias da pintura: 1.a) das origens até a introdução do Budismo (2000 A.C. a 250 D.C.), cujo figurista foi SiE-Ho; 2.a) da introdução. do Budismo à dinastia de T'ang (250 a 618 D.C.) ; 3.a) da dinastia de Uang à dinastia de Song (618 a 960 D.C.), quando aparece WANG-WEI, o verdadeiro criador da pintura monocrômica, à tinta da China; 4.a) da época dos Song, onde aparece o paisagista TANG-YUAN (960-1278) ; 5 â) época de Yuan, onde se destaca como animalista e paisagista TCHAO-MONG-Fú (1280-1368) ; 6 a) época dos Ming (13681643), onde se amplia o gênero paisagem com Lú-Fú que já é do século XV, sendo que o período vai até 1643; 7.a) -época dos Ts'Ing, com TChÉU NAN-P'ING (1644), que vai até o início dêste século.



Épocas da Pintura Chinesa




ÉPOCA DE T'ANG (séculos VII-X) - Desenho de análise na preferência do pormenor. 0 pintor de maior nota desta época - Wu TAOTSEN - aplicava dois processos em sua técnica do contôrno e do duplo contôrno. 0 primeiro era mais usado no desenho da estilização florística, em que com dois traços demarcava o perfil das fôlhas. 0 segundo era o traço de tinta que contornava o perfil.' 0 que mais caracterizava a pesquisa, na época T'ang, era o predomínio do colossal.

ÉPOCA DE SONG (séculos X-XIII) - Predomínio do Budismo, gerou surto poético de essência religiosa. 0 maior pintor é WANG-WEI. Domina a monocromia. Pesquisa conjunta do tom e do valor, na conquista dos matizes mais delicados e sutis. Fixação da paisagem, das neblinas, dos aspectos fugidios, da umidade que envolvia os vales e as montanhas. Preferência pelo contraste do prêto e do branco. Pintura de grande teor do imprevisto. 0 virtuosismo parecia evocar, no inacabado, os complementos plásticos. WANG-WEI é considerado o pesquisador da pintura caligráfica.

ÉPOCA DE YUAN (séculos XIII-XIV) - A técnica do emprêgo do bambu se aperfeiçoa. Por outro lado, a preferência pela pintura monocrômica atinge seu apogeu na arte com WúTCHEN. Parece, assim, manifestar-se, nessa espécie, uma transição que adjunge a técnica de Ming à de Song, isto é, o século XIII ao XV. 0 artista de maior envergadura desta época foi TCHAO-MONG-Fú, figurista notável, além de animalista predestinado.

ÉPOCA DE MINO (séculos XIV-XVII) - Preferência pelo retrato coletivo. Composição obedecendo às formas curvilíneas. De início, feliz interpretação no gênero flôres e insetos. Posteriormente, com o regime oficial, entra na pintura convencional. A composição é aglomerada e de vários motivos, sem a necessária dominância, exceto na paisagem que, fugindo do passado, adquire um encanto nôvo pela sua extrema delicadeza. 0 pintor de maior destaque, na Época de Ming, deve ser considerado WEN-TCHENG-MING, que é do século XVI. Talvez que a maior influência exercida sôbre a Pintura Japonêsa se encontre nesta época (séculos XIV a XVI). Funda-se no Japão a escola chamada Ukiyo-Yé (o que se usa).

ÉPOCA DE TS'INO (séculos XVII-XX) - As côres brilhantes da época anterior são atenuadas. Obtém-se maior amplitude nos meios da composição. Nesta época, pintores chineses vão ao Japão e fundam a famosa escola já referida, de renovação pictural, chamada Ukiyo-Yé, isto é, aquilo que está na moda, ou também pintura do mundo efêmero. Por outro lado, a caligrafia atinge maior abstração, a ponto de representar um personagem por meio de letras. Outro aspecto, que poderá parecer nosso contemporâneo, é o da pintura a dedo. Não há pincel. 0 dedo é molhado na tinta. 0 substrato tradicional é abandonado pelo papel moderno, tanto quanto mata-borrão. Nesta técnica os traços se esmancham, ficam moles, havendo em tudo uma aparência anêmica e despida de expressão.

Elaborado por Guilherme B. Uemura

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